Ex-policial Derek Chauvin é condenado a 22 anos e meio de prisão pela morte de George Floyd

Ex-policial Derek Chauvin é condenado a 22 anos e meio de prisão pela morte de George Floyd


Depois de 14 anos em regime fechado, ex-agente poderá pedir por liberdade condicional. Ele foi condenado pelo assassinato do ex segurança negro em maio do ano passado.


O ex-policial Derek Chauvin foi sentenciado a 270 meses (22,5 anos) de prisão nesta sexta-feira (25) pela morte de George Floyd, homem negro asfixiado durante uma abordagem policial em maio de 2020, em Mineápolis, nos Estados Unidos.

Em sua decisão, o juiz Peter Cahill afirmou que a sentença não foi tomada com base na emoção e na opinião pública e que ele tem a obrigação de aplicar a lei baseada em fatos.

Pouco antes da leitura da pena, Chauvin falou pela primeira vez e ofereceu seus pêsames à família de Floyd. Durante todo o julgamento, o ex-policial se recusou a depor em frente ao tribunal.

“Quero dar minhas condolências à família Floyd”, disse Chauvin.
Segundo a legislação do estado de Minnesota, Chauvin deverá ficar preso por pelo menos 14 anos até poder entrar com o pedido de liberdade condicional – ainda assim, ele seguirá proibido de portar armas de fogo e não poderá voltar à polícia.
Em abril, um júri o declarou culpado pela morte de George Floyd em todas as três acusações de homicídio contra o ex-segurança negro:

causar a morte, sem intenção, por meio de um ato perigoso, sem consideração pela vida humana
negligência ao assumir o risco consciente de causar a morte de Floyd
homicídio culposo
A promotoria havia pedido uma pena de 30 anos de prisão – o dobro do que réus primários, como Chauvin, costumam pegar no país. A defesa pedia por um regime de liberdade condicional.
A sentença de Chauvin levou em conta quatro “fatores agravantes”, segundo a Justiça norte-americana:

cometer o crime em frente a uma criança
agir com ‘crueldade particular’
atuar com o apoio de um grupo
abusar da autoridade de policial
Após a decisão do juiz, os advogados de defesa poderão tentar recorrer à sentença e reduzir o tempo de prisão do ex-policial. Um pedido inicial, para invalidar o julgamento de abril, foi rejeitado pela Justiça.

A pena máxima para todas as acusações poderia chegar a 40 anos.

Morte de George Floyd
George Floyd morreu em maio de 2020 após ter o pescoço pressionado pelo joelho do policial Derek Chauvin, em Mineápolis, por 9 minutos e 29 segundos.

A polícia estava no local porque o ex-segurança negro, com 46 anos, teria tentado pagar uma conta em uma mercearia com uma nota falsa de US$ 20. Imagens mostradas mostraram que Floyd não ofereceu resistência à abordagem dos agentes.
A violência policial contra um homem negro e pobre — mais um caso entre tantos — gerou uma série de protestos em Mineápolis que logo se espalharam para diversas partes dos Estados Unidos.

Durante semanas, ruas das maiores cidades americanas ficaram lotadas de manifestantes que protestavam contra o racismo, em uma mobilização que atravessou fronteiras e chegou a outros países.
O tema entrou na pauta das eleições presidenciais de 2020. O então candidato do Partido Democrata, Joe Biden, escolheu a senadora Kamala Harris, uma mulher negra e ex-procuradora, como candidata a vice-presidente. A chapa venceu o então presidente Donald Trump e se elegeu para o mandato que começou em janeiro.
Quatro policiais que participaram da ação que terminou em morte foram presos, mas a expectativa era maior justamente do julgamento de Chauvin, que era o homem flagrado com o joelho sobre o pescoço de Floyd. Os demais devem comparecer ao tribunal em agosto.

A defesa de Chauvin tentou argumentar, ao longo do processo, que Floyd morreu em decorrência do uso de drogas e que a manobra aplicada estava dentro dos padrões da polícia de Mineápolis. Entretanto, a versão foi rechaçada tanto por exames médicos quanto por depoimentos de chefes policiais e médicos legistas.





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Fonte: G1

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