Vacinas de lote suspenso pela Anvisa foram ‘encaminhadas para aplicação’ em Fortaleza
Anvisa publicou no sábado (4) interdição de pelo menos 25 lotes da vacina CoronaVac envasados em local não aprovada pelo órgão. Fortaleza recebeu 3 mil vacinas desse lote, já aplicadas.
A Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza informou neste domingo (5) que doses de vacinas contra Covid-19 de um lote interditado pela Anvisa foram “encaminhadas para aplicação” há 25 dias, bem antes do alerta da agência sobre a suspensão, feito no sábado (4).
A pasta informou que “distribui a vacina contra a Covid-19 de forma rápida para os centros de vacinação” e que por isso “o lote L202106038 da vacina CoronaVac, recebido em 7 de agosto, com 3 mil doses, foram encaminhados para aplicação logo após o recebimento, cerca de 25 dias antes da determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”.
A secretaria não informa quantas dessas três mil doses podem ter sido aplicadas, mas afirma que “as doses deste lote que não foram utilizadas estão retidas na Rede de Frio Municipal”.
A Anvisa informou neste sábado (4) que adotou medida cautelar para interditar pelo menos 25 lotes da vacina CoronaVac, proibindo a distribuição e uso de doses envasadas em uma planta – local de fabricação – não aprovada pelo órgão.
Já o Instituto Butantan, responsável pela fabricação, informou que “a medida da Anvisa não deve causar alarmismo”, e que as doses estão atestadas pelo rigoroso controle de qualidade do órgão.
145 mil doses suspensas no Ceará
A Secretaria da Saúde do estado revelou uma remessa, com 3 mil doses, foi distribuída apenas em Fortaleza. As outras 142.802 mil estão retidas na Central de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos do Estado (Ceadim).
A Sesa iniciou rastreamento junto ao município e recomenda a suspensão imediata da aplicação dessas vacinas específicas. A secretaria aguarda orientações do Ministério da Saúde sobre quais procedimentos devem ser adotados com as pessoas que eventualmente receberam estes imunizantes.
A pasta reforça ainda que está intensificando a checagem das próximas distribuições para evitar novos envios com as doses interditadas.
Entenda a suspensão da Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou neste sábado (4) que adotou medida cautelar para interditar pelo menos 25 lotes da vacina CoronaVac, proibindo a distribuição e uso de doses envasadas em uma planta – local de fabricação – não aprovada pelo órgão.
Em nota, o Instituto Butantan disse que “a medida da Anvisa não deve causar alarmismo” e que o próprio instituto alertou a agência por “extrema precaução”. O Butantan declarou ainda que “convida a cúpula da Anvisa para voltar a conhecer as instalações das fábricas da Sinovac” na China (leia a nota completa abaixo).
Na sexta-feira (3), a Anvisa foi informada pelo Butantan que a farmacêutica Sinovac, fabricante dos insumos da vacina, enviou para o Brasil, na apresentação frasco-ampola (monodose e duas doses), 12.113.934 doses.
Porém, segundo a agência, a unidade fabril responsável pelo envase dessas doses não foi inspecionada e aprovada na Autorização de Uso Emergencial concedida à CoronaVac.
O Instituto Butantan informou ainda, segundo a Agência, que outros 17 lotes, também envasados no local não inspecionado pela Anvisa, e que somam 9 milhões de doses, estão em tramitação de envio e liberação ao Brasil.
O G1 teve acesso ao ofício enviado nesta sexta (3) à Anvisa. No documento, o diretor do Butantan, Dimas Covas, afirma que técnicos do Instituto analisaram as informações disponíveis nos lotes e apontam segurança e qualidade das vacinas produzidas na fábrica que ainda não foi inspecionada.
No texto, Dimas Covas solicita autorização para que as vacinas sejam aplicadas em caráter emergencial para não comprometer o programa de imunização nacional.
“Gostaríamos também de solicitar a este I. Gabinete, a autorização de utilização, em caráter excepcional, das doses da vacina que se encontram já distribuídas, bem como a autorização para utilização das doses que ainda estão em tramitação de liberação e envio para o Brasil (lotes listados no anexo), para que não haja comprometimento na continuidade da vacinação da população”, afirma o diretor do Butantan no ofício.
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Fonte: G1
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