Na Alemanha, alagoana se emociona ao ajudar refugiados da guerra da Ucrânia: “Chegam morrendo de fome”
“O impacto foi ver uma família sentada na mala, comendo a sopa que acabamos de fazer. E aquela mala era tudo o que a família tinha. Não tinha mais casa, país ou cama. Estava sentada em tudo o que ela tinha com uma marmita de sopa na mão. Estava sentada na própria ‘casa'”. O relato que abre essa reportagem é da alagoana Daniella Leite, 35, uma das brasileiras que se juntaram em Berlim, na Alemanha, para ajudar milhares de refugiados que fogem da guerra na Ucrânia.
Natural de Penedo, região do Baixo São Francisco em Alagoas, a pedagoga Daniella Leite mora na Alemanha desde outubro do ano passado, quando o esposo, Felipe Lima, 34, que é desenvolvedor de software, começou a trabalhar por lá. “Eu estava no explorer do Instagram e vi o post dessa moça: “Como você pode ajudar os ucranianos morando em Berlim”. Cliquei e vi que ela tinha ido por si mesma, sozinha, entregar 35 marmitas com comidas quentes na Estação Central de Berlim, que é onde se concentra a principal entrada deles aqui”, disse Daniella, que rapidamente se juntou à iniciativa.
A”moça” a quem Daniella se refere é a gaúcha Daiane Kich, de 39 anos, a Daia, como é conhecida, natural de Pareci Novo, no Rio Grande do Sul. Ela mora no Alemanha há seis anos e se mudou para Berlim no ano passado. Mãe de um filho de três anos, Daia decidiu que poderia fazer alguma coisa para ajudar os refugiados ao perceber que, apesar das diversas doações, não havia muitos alimentos quentes para confortar os refugiados que chegam a Berlim no frio do inverno europeu.
“Postaram num grupo de brasileiros que uma menina ia levar algumas marmitas e eu falei que poderia fazer também. Eu tinha algumas marmitas em casa, fiz a sopa de lentilha e levei para o pessoal no horário do almoço”, conta Daia. Segundo ela, voluntários ficaram bastante emocionados ao verem aquela comida quentinha. “Eu falei que poderia trazer mais, pois tinha umas 100 marmitas, mas não estava nem entendendo a quantidade de pessoas que iriam chegar, mas era o que poderia fazer naquele momento”.
As entregas começaram na última quinta-feira, 3, com 86 sopas. O número aumentou desde então, mas a cada novo trem que chega com milhares de pessoas vindas da Polônia, a situação se agrava. “Hoje foi desesperador ver tantas pessoas chegando e não ter comida para todos”, lamenta Daia.
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Fonte: Tnh1
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