Após publicação, escritor Madson Costa fala sobre planos para um novo livro

Após publicação, escritor Madson Costa fala sobre planos para um novo livro

Após a publicação de “Os Meninos da Parte Alta”, o escritor alagoano Madson Costa fala sobre novas possibilidades para futuras obras. O seu primeiro livro, que é marcado pela predominância de temas de cunho social e racial, é composto por poemas escritos ao longo de três anos de trabalho, além de conter um ensaio e manifesto, que abordam a cultura e sociedade maceioense, e um capítulo escrito inteiramente em inglês.
Agraciado, no fim de 2020, pelo “Prêmio Diversidades Literárias”, o livro atraiu a atenção da mídia e dos residentes da parte alta maceioense, já que fala sobre os problemas vividos por aqueles que moram lá. Apesar disso, o autor diz que, em seu novo livro, pretenderá buscar novos cenários, fugir da luta, que marcou tão profundamente sua obra inicial, para falar de amor, das coisas simples da rotina e do trabalho.
“Os Meninos surgem em um período marcado pela autodescoberta de ser residente da parte alta, é nesse momento que percebo que há uma segregação socioespacial na cidade. Que percebo o peso da cor, da história dos meus e da necessidade de estar sempre lutando para ser notado, que na parte alta também existe arte, uma vida intelectual e cultural complexa, não somente na parte baixa. É nesse momento que estou muito influenciado por autores de resistência, como Fantz Fanon e Aimé Césaire”, afirma o autor.
De acordo com ele, há um esgotamento da vontade de falar sobre os temas, já que a realidade não é mais a mesma. Agora, o autor da parte alta já não é mais da parte alta, ele reside na Paraíba, após ser aprovado no curso de Direito, na Universidade Federal de Campina Grande.
“Não quero mais a realidade tratada em “Os Meninos”, estou cansado da dor, da luta, da indiferença pela cor, pela origem e de ser resumido por isso. Depois que voltei de Recife, uma frase ficou marcada em mim “meu coração é uma noite azul em recife”. E isso marca, talvez, acho que uma nova fase minha. Quero falar de amor, dos dias bons em Boa Viagem, das coisas simples da rotina, do futuro e dos sonhos que carrego comigo. Estou numa fase muito diferente, longe de minha cidade, família, do meu amor, dos amigos. Estou sob efeito da saudade e do amor.
Por fim, Madson conta que as influências no primeiro livro foram muito variadas, mas que, sobretudo, as principais foram de Solano Trindade, Aimé Césaire, Ferreira Gullar, e que, em seu segundo livro, mostrará que o “primeiro o amor, depois as outras coisas da vida” e que “saudade é vontade de voltar ás memorias”.

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Foto por: Geoneide Brandão

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