Ex-policial britânico pega prisão perpétua por 85 crimes contra mulheres

Ex-policial britânico pega prisão perpétua por 85 crimes contra mulheres

O ex-membro da Polícia Metropolitana de Londres David Carrick, de 48 anos, recebeu, nesta terça-feira (7/2), a condenação de prisão perpétua por 85 crimes cometidos contra 12 mulheres em 17 anos de carreira. Entre as acusações que consideraram Carrick culpado, estão denúncias de estupro, agressões sexuais, cárcere privado e comportamento coercitivo e controlador.

O antigo agente de segurança confessou responsabilidade por 24 estupros, mas, considerando que parte dos relatos reúne crimes múltiplos, as denúncias somaram quase 50 casos de violência sexual.

A promotora-chefe, Jaswant Narwal, afirmou, em janeiro deste ano, que esses foram os casos “mais chocantes” envolvendo um policial que ela já viu na Inglaterra.

Uma das vítimas informou, em depoimento para a investigação, que o policial a obrigava a realizar tarefas domésticas completamente nua. Uma outra mulher, também agredida pelo oficial inglês, contou que o homem a batia com um chicote e a tratava como um objeto que “pertencia a ele e deveria obedecê-lo”. As informações são da Agence France-Presse e Associated Press.

A sentença determina que Carrick cumpra o período mínimo 32 anos de prisão para a progressão da pena ser considerada. O agressor está preso desde 2021 diante das investigações dos casos.

Cargo favorecia agressor

Carrick começou a carreira como policial da Scotland Yard em 2001, mas foi em 2009 que recebeu licença para o porte de armas, quando integrou a equipe de segurança de diplomatas estrangeiros e parlamentares na capital inglesa.

Aproveitando do seu posto, ele humilhava as vítimas, chamava-as de “escrava” e controlava a vida financeiras delas. Em alguns casos, o policial prendia as mulheres em um armário embaixo da escada de sua casa. Elas ficavam presas lá dentro por horas, sem comer.

“Ele gostava de humilhá-las e usava sua posição profissional para deixar claro que era inútil procurar ajuda porque ninguém acreditaria nelas”, disse o inspetor-chefe da polícia, Iain Moor.

Crise institucional

“Nós deveríamos ter identificado o padrão de comportamento abusivo [de Carrick] e, porque não o fizemos, perdemos a oportunidade de removê-lo da instituição”, afirmou, em nota, a Polícia Metropolitana.

Após a prisão de Carrick em 2021, a instituição revisou o histórico do agente e encontrou uma série de incidentes, de antes e depois da entrada dele no órgão, que não geraram investigação ou desconfiança no passado.

A Met, como a Polícia Metropolitana é chamada na Inglaterra, passou a ser alvo de grande desconfiança da população nos últimos anos, desde que diversos crimes de assédio moral e sexual vieram à tona. Em um dos últimos casos, em setembro de 2021, o policial Wayne Couzens também recebeu a pena de prisão perpétua após sequestrar, estuprar e matar a executiva Sarah Everard.

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Fonte: tnh1

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