Sem reajuste à vista em 2024, servidores do Executivo ameaçam greves

Sem reajuste à vista em 2024, servidores do Executivo ameaçam greves

Diversas categorias de servidores estão se mobilizando e começando suas paralisações em resposta à resistência do governo federal em conceder reajuste salarial em 2024. Algumas delas já iniciaram suas greves, ainda que de modo pontual.

É o caso de agentes de órgãos ambientais, de funcionários do Banco Central (BC), de auditores-fiscais da Receita Federal e de agentes da fiscalização sanitária. As universidades também avaliam um movimento grevista no primeiro semestre letivo de 2024.

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Outras carreiras ainda realizam assembleias junto aos servidores, para definir paralisação e outros movimentos

No último dia 10, as entidades enviaram ofício ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) propondo a recomposição salarial em três parcelas: a primeira de 9%, a segunda de 7,5% e a terceira também de 7,5%, a serem implementadas, respectivamente, nos meses de maio de 2024, 2025 e 2026.

Segundo apurado pela reportagem, ainda não houve nenhuma resposta do governo à contraproposta. As reivindicações dos servidores são analisadas em reuniões periódicas da Mesa Nacional de Negociação Permanente, retomada no ano passado. O governo ainda não definiu a data de realização da primeira reunião da Mesa deste ano, mas a expectativa é que ela ocorra apenas após o feriado do Carnaval.

“Na medida em que o governo não dá uma resposta efetiva para a nossa contraproposta, a tendência é que se avolume a insatisfação, e isso pode deflagrar uma greve geral”, disse o presidente do Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, ao Metrópoles nesta terça-feira (16/1).

ltima greve aconteceu em 2012

A última greve geral registrada no serviço público ocorreu em 2012, com quase 360 mil servidores paralisados no auge da mobilização.

Na época, início do ajuste fiscal, os servidores demonstraram insatisfação com a postura adotada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que chegou a popularizar a expressão “sangue azul” para se referir à elite do funcionalismo. As declarações da petista acabaram gerando grande indisposição de servidores em relação ao seu governo.

O que diz o governo sobre reajuste

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não pretende conceder aumento aos servidores em 2024, em função da restrição orçamentária.

Na prática, a proposta oficial apresentada no fim do ano passado congela os salários dos servidores federais neste ano e promete alterações apenas em 2025 e 2026, oferecendo aumento apenas em auxílios para o corrente ano.

Essas correções serão feitas a partir de 1º maio, data em que é celebrado o Dia do Trabalhador e mês escolhido pela gestão petista para os aumentos.

A justificativa oficial para a não concessão de reajuste salarial em 2024 é que não há espaço orçamentário. A equipe econômica pena para atingir a meta fiscal zero, como estipulado pelo ministro Fernando Haddad.

Além disso, o governo frisa que já atendeu os servidores do Executivo federal ao conceder, em 2023, um aumento salarial linear de 9%. Esse percentual precisou ser autorizado pelo Congresso, com recursos adicionais no Orçamento. O auxílio-alimentação também aumentou em 43%, passando de R$ 458 para R$ 658 mensais.

Fonte: metropoles.com

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