Direção suspende banhos de sol e visitas em meio à investigação de fuga no presídio de Mossoró
A direção do Sistema Penitenciário Federal suspendeu as visitas sociais e os banhos de sol dos presos no presídio federal de Mossoró (RN). A portaria foi publicada nessa quarta (14), mesmo dia que a unidade registrou a fuga de dois detentos. Além disso, o texto limita o acesso às dependências prisionais, incluindo as áreas de inclusão. Nesta quinta (15), o Ministério da Justiça e Segurança Pública nomeou o atual coordenador-geral de Classificação e Movimentação de Presos, Carlos Luis Vieira Pires, como o interventor na unidade de segurança máxima.
Como justificava para a ação, o governo cita “a necessidade de esclarecimento dos fatos” que resultaram na fuga, além dos procedimentos internos. Na prática, a unidade passa a funcionar no nível dois de segurança.
A decisão foi tomada em meio à crise na segurança e gestão da unidade prisional. A fuga marca o primeiro registro desse tipo na história de uma carceragem federal. Os homens foram identificados como Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento.
O ministério acionou a Polícia Federal, que enviou peritos à penitenciária, abriu investigação e atua na recaptura dos homens. A ação de procura aos fugitivos é integrada por mais de 100 agentes federais. As Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), com monitoramento de rodoviais federais, também participam da operação.
A secretaria investiga a hipótese de uma obra na prisão de segurança máxima ter facilitado a fuga dos dois, como interlocutores informaram à reportagem. Segundo as fontes, havia ferramentas disponíveis nos fundos do presídio.
Outra suspeita tem a ver com a cooptação de servidores na ação dos criminosos. Os dois detentos estavam sob regime disciplinar diferenciado (RDD), com regras mais rígidas do que as do regime fechado.
Entenda
Os fugitivos são faccionados do Comando Vermelho do Acre e estavam presos em Mossoró desde a participação em uma rebelião no estado de origem, em julho de 2023. Esta é a primeira vez na história que uma carceragem federal registra fuga.
A fuga ocorreu entre 3h e 4h da manhã, e logo nas primeiras horas do dia as polícias do Rio Grande do Norte e do Distrito Federal estavam acionadas para uma megaoperação de recaptura. Um avião da Polícia Federal saiu de Brasília com integrantes do alto escalão do Ministério da Justiça e Segurança Pública para compor um gabinete de crise, já instalado em Mossoró.
Segundo fontes do sistema penitenciário, eles não são líderes com alto poder aquisitivo e são criminosos do front, que têm, nas palavras dos interlocutores, “muita disposição” física e de estratégia. Por conta dessas características, o foco da força-tarefa é prendê-los nas primeiras 72 horas da fuga.
Fonte: 7segundos.com.br