Imperatriz Leopoldinense, Grande Rio e Beija-Flor são destaques no 1º dia do Grupo Especial do carnaval do Rio em 2024
Beija-Flor de Nilópolis , Acadêmicos do Grande Rio e Imperatriz Leopoldinense foram os destaques do primeiro dia do Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro em 2024, em uma noite marcada por enredos em sua grande maioria inspirados por obras literárias.
Unidos do Porto da Pedra, Acadêmicos do Salgueiro e Unidos da Tijuca também desfilaram da noite deste domingo (11) à manhã desta segunda-feira (12).
Em uma noite que começou com problemas em alegorias da Porto da Pedra, nenhuma das escolas estourou o tempo dos desfiles. O tempo também se manteve firme e não atrapalhou.
Desfiles do 1º dia:
- Porto da Pedra
- Beija-Flor
- Salgueiro
- Grande Rio
- Unidos da Tijuca
- Imperatriz Leopoldinense
Porto da Pedra
A Porto da Pedra retornou ao Grupo Especial do Rio, 11 anos depois, ao vencer a Série Ouro em 2023. Em 2024, a volta cantou o enredo “Lunário Perpétuo: A profética do saber popular”, que explorava as influências do livro “Lunário” na cultura nordestina.
Na comissão de frente abriu o desfile com uma alegoria com holografias e uma dançarina “levitando” a 12 metros de altura presa pelos cabelos. Parte de uma estátua do primeiro chassi do abre-alas quebrou no meio da avenida.
A escola também teve problemas com a evolução entre os quinto e sexto carros, o que deixou um buraco entre alas. Na dispersão, uma mulher chegou a ser atingida por um dos carros. Apesar de tudo, a Porto da Pedra conseguiu encerrar sua participação sem estourar o tempo.
Beija-Flor
Quarta colocada no carnaval de 2023, a Beija-Flor trouxe um samba homenageando Maceió e Rás Gonguila, o “herdeiro” do trono imperial de um país da África, além de fundador do maior bloco de carnaval de Maceió na época.
Pelo 48º ano, o cantor Neguinho da Beija-flor veio interpretando o samba da agremiação, que fez uma viagem pelo carnaval de Alagoas.
A comissão de frente da escola chamou a atenção ao trazer dez integrantes formando um pião humano. Outro momento que empolgou o público foi o que trouxe as luzes do sambódromo piscando em sintonia com as batidas da bateria da escola durante o refrão do samba.
Salgueiro
O Salgueiro buscou seu 10º título na elite carioca com uma homenagem ao povo yanomami, inspirada pelo livro “A queda do céu – Palavras de um xamã yanomami”, de Davi Kopenawa e Bruce Albert. Em 2023, a escola ficou na sétima colocação.
Antes mesmo de entrar na Sapucaí, o Salgueiro emocionou o público ao lembrar de Quinho, seu intérprete por quase três décadas, que morreu em janeiro. Emerson Dias, seu substituto, começou o esquenta com o tradicional grito de guerra de seu antigo parceiro: “Pimba, pimba. Ai que lindo, que lindo”.
No desfile, cores e fantasias que narravam a união do povo indígena com a natureza. No chassi da frente do abre-alas, um grande jabuti “puxava” o carro. Essa relação também foi contrastada com os esforços yanomamis para impedir o extermínio de seus povos. No quinto carro, um indígena gigante era retratado nadando contra a corrente da destruição.
A Grande Rio levou para a avenida um enredo baseado no mito tupinambá do livro “Meu destino é ser onça”, no qual passeia por histórias das nações indígenas brasileiras. Símbolo dessas narrativas míticas, a onça representa as disputas pela identidade.
Rainha de bateria da escola, Paolla Oliveira representou o animal para mostrar que toda mulher brasileira é uma guerreira poderosa. A cabeça da fantasia da atriz se destacava ao se movimentar, virar uma máscara luxuosa e transformá-la no bicho com olhos luminosos.
Um dos carros da escola, que tinha o cantor Xamã como destaque, apresentou problemas e precisou ser empurrado. A escola ainda colocou o público como parte integrante do desfile e distribuiu 55 mil pulseiras de LED que se iluminam durante os apagões, recurso muito explorado no desfile.
Unidos da Tijuca
A Unidos da Tijuca cantou o enredo sobre Portugal no enredo “O conto de fados” e buscou inspiração em obras como “Os lusíadas”, de Luís de Camões, e as gregas “Ilíada” e “Odisseia”, de Homero. Em seu desfile, a nona colocada de 2023 viajou pela história e lendas do país.
Na comissão de frente, com a ajuda de um cenário móvel, a escola contou a lenda da fundação de Lisboa, que envolve as figuras mitológicas gregas de Ulisses e da mulher metade cobra Offiusa.
A escola ainda homenageou outro grande mestre da literatura portuguesa no quarto carro, com uma grande estátua de José Saramago.
Imperatriz Leopoldinense
Atual campeã do carnaval do Rio de Janeiro, a Imperatriz Leopoldinense levou para a avenida um enredo homenageando a obra do poeta paraibano Leandro Gomes de Barros e mostrando a força da cultura cigana e seus mistérios.
Alguns dos destaques da escola foram a comissão de frente, com uma coreografia dentro de uma fogueira, além de elementos cenográficos aéreos. Entre eles, um enorme balão, que representava a lua e carregava uma bailarina a cerca de 10 metros do chão.
A bateria contou com algumas batidas de samba de roda e fez alguns paradinhas durante o refrão, deixando os integrantes da escola e o público entoarem o samba.
Fonte: g1.globo.com