Acesso à internet cresce, mas Brasil ainda tem 22 milhões de “excluídos digitais”

Acesso à internet cresce, mas Brasil ainda tem 22 milhões de “excluídos digitais”

Evidências trazidas pelo novo estudo mostraram que o número de domicílios com acesso à internet subiu, entre 2022 e 2023, em 1% — o que representa 3,6 milhões de residências
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Pesquisa divulgada pelo IBGE analisou as residências que têm acesso à web, à televisão e à rede móvel

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (16) dados da pesquisa Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que reúne informações sobre as características socioeconômicas da população brasileira medidas pelo acesso à internet e televisão.

As evidências trazidas pelo novo estudo mostraram que o número de domicílios com acesso à internet subiu, entre 2022 e 2023, em 1% — o que representa 3,6 milhões de residências. Além disso, os dados destacaram que o número de casas na área rural com conexão teve um crescimento mais acelerado, reduzindo a diferença em relação à área urbana.

No ano de 2023, quando a pesquisa foi realizada, um total de 5,9 milhões de domicílios do país não faziam uso de internet — o que significa que 22,4 milhões de pessoas foram consideradas “excluídas digitais” pelo Instituto.

Os motivos para isso são variados: sendo os três principais: nenhum morador sabia usar a Internet (33,2%), serviço de acesso à Internet caro (30,0%) e falta de necessidade em acessar a Internet (23,4%).

Dados na Pnad Contínua 2023 / IBGE

O número de casas com banda larga aumentou — mostrando a mudança da internet fixa (a cabo) para o modem de wifi. Crescendo desde 2016, a taxa de adoção da ferramenta passou a ser de banda larga fixa em 2021.

A representação de domicílios que utilizam a internet por meio dos modens passou de 81,2% para 83,3% entre 2022 e 2023.

A pesquisa também analisou o uso desse acesso à web: entre os 72,5 milhões de domicílios com a ferramenta 16% (11,6 milhões) utilizavam dispositivos inteligentes — câmeras, caixas de som, lâmpadas, ar-condicionado, geladeiras. Isso representa um aumento de 1,7 milhões de residências que tinham esse tipo de integração.

Em 2023, foi registrada a primeira queda em relação a casas em áreas com cobertura de rede móvel. O percentual de domicílios do país com serviço de rede móvel celular funcionando para Internet ou telefonia foi de 91,9%, no total — 95,3%, em área urbana; e 67,4%, em área rural.

Televisão e streaming


Para além do uso da internet, a Pnad Contínua fez pesquisas sobre o uso da televisão a cabo, aberta e assinaturas de plataformas de streaming.

No total dos 78,3 milhões de domicílios analisados, 94,3% de seu total — 73,9 milhões — tinham televisão. Isso significa que 95,1% das casas na área urbana possuem esse tipo de dispositivo e 88,5% na rural.

O uso da televisão com recepção de sinal analógico ou digital de televisão em 2023 representou 88% das casas com televisão, o que significou uma queda de 3,6% em relação a 2022.

“Apesar da redução na recepção do sinal de TV aberta, não percebemos um aumento no uso dos serviços complementares ou concorrentes, como streaming e TV por assinatura, cujas taxas também se reduziram”, destacou Leonardo Quesada, analista da pesquisa.

O acesso através de televisão por assinatura representou 25,2% dos domicílios, entre eles 26,2% na área urbana e 17,4% na rural. As casas no campo mostraram pela primeira vez desde 2016 uma redução nessa taxa, que diminuiu em 3,2 milhões.

De quem acessou as plataformas de streamings, que representa 42,1% dos domicílios, 6,1% não tinham acesso à TV aberta ou por assinatura — o que era 4,7% em 2022.



Fonte: CNN Brasil

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