Índice de Confiança dos empresários alagoanos tem aumento e reforça expectativas positivas para o segundo semestre
No mês de julho, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) teve aumento de 5,8 %, marcando 107,6 pontos. Este é o segundo aumento consecutivo, mais expressivo do que o 1,4% de junho. Na comparação anual, o crescimento foi de 7%. Os dados são da pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), por meio do Instituto Fecomércio AL e em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A alta foi puxada pelas pequenas empresas do varejo alagoano, nas quais a confiança saltou de 101,5 pontos, em junho, para 107,7 pontos, em julho. Ou seja, nas empresas com até 50 colaboradores, a expectativa está mais positiva, principalmente comparadas às empresas alagoanas com mais de 50 colaboradores. Nestas, após uma sequência de crescimento de fevereiro (108,5 pontos) a maio (118,2 pontos), o indicador vem registrando quedas: 112,9 pontos, em junho, e 101 pontos, em julho.
Alguns fatores podem explicar esse movimento, conforme avalia o assessor econômico do Instituto Fecomércio, Francisco Rosário. São eles a expectativa do setor para o segundo semestre e a intenção de contratação de funcionários. Isto porque, normalmente, as vendas costumam ser melhores neste período do ano, pois os consumidores já pagaram várias despesas obrigatórias e, geralmente, estão com o orçamento menos apertado; há o início do pagamento do 13º salário pelo INSS para pensionistas e inativos, em agosto; e o setor sucroalcooleiro volta a operar. “Não podemos esquecer as contratações de temporários pelo comércio e serviços, de outubro a janeiro; as festas de fim de ano, férias escolares e o verão, que começam a aquecer a economia a partir do primeiro mês do último trimestre do ano”, observa o economista.
Bens semiduráveis e duráveis impulsionam
Além das perspectivas positivas para o segundo semestre, o otimismo do comércio está sendo impulsionado pelos empresários de bens semiduráveis (vestuário, tecidos, calçados) e duráveis (eletroeletrônicos, móveis e decorações, cine/foto/som, materiais de construção e veículos). Tanto que, em julho, o comércio de bens semiduráveis marcou 13,1% na comparação mensal e 7,2% na anual. O de duráveis, apesar de apresentar um ritmo mais leve na comparação mensal, com 3,2%, mostrou-se mais forte na comparação anual, com 20,5%.
Para o economista, a maior confiança dos empresários em diversos segmentos indica que o alagoano está ampliando o consumo para itens além do básico (não-duráveis) e esse comportamento explica-se, em parte, pelo aumento da oferta de crédito, o que permite consumir itens mais caros. “A pesquisa de endividamento e inadimplência de julho já demonstra um aumento do endividamento das famílias de maior renda em itens como automóveis e imóveis, que estão no segmento dos bens duráveis e que dependem de crédito”, reforça Rosário.
Já no mercado de bens não-duráveis, como o setor de supermercados, farmácia e perfumaria, a confiança apresentou retrações de -1,4% e -7,4%, mensal e anual, respectivamente.
Condições do mercado e expectativas
A composição do Icec é feita pelos subindicadores Condições atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), que fechou o mês em 81,03 pontos; Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC), como 137,6 pontos; e Intenções de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), com 104 pontos; todos tiveram desempenho positivo na variação mensal. Por sua vez, cada um deles também se subdivide.
No subindicador de condições atuais, o ICAEC, o destaque foi para o de Condições da Empresa, com 100,6 pontos. Como está acima dos 100 pontos, sinaliza uma satisfação relativa com o andamento dos negócios nesse momento. Apesar de ter marcado 81,28 pontos, o subindicador Condições do Setor foi o que teve o melhor desempenho na variação mensal, com 10,8%. No geral, o subindicador ICAEC teve aumento tanto na comparação mensal (8,7%), quanto na anual (2%). Porém, para o economista, este desempenho representa uma relativa insatisfação, pois ficou abaixo dos 100 pontos considerados satisfatórios (81,03 pontos). “Isto pode ter como causa as incertezas econômicas observadas no Brasil, como os juros altos, o crédito caro e a inadimplência, por exemplo, ou as questões setoriais, como a concorrência com as plataformas de e-commerce”, avalia Rosário.
Em relação às expectativas, o IEEC ficou em 137,6 pontos, com destaque para o subindicador Expectativa do Setor, que marcou 140,9 pontos e variação mensal 5,5%. Já na área dos investimentos, o subindicador do IIEC teve crescimento tanto na comparação mensal (6,3%), quanto na anual (11%), sendo o melhor desempenho o índice de Expectativas para Contratação de Funcionários com 118,7 pontos, 9,4% na comparação mensal e 15,1%, na anual.
Fonte: Cada Minuto