RELIGIÃO E HISTÓRIA Diocese de Palmeira dos Índios completa 62 anos de fundação
Diocese de Palmeira dos Índios completa 62 anos de fundação
Vladimir Barros
Neste dia 19 de agosto, na Igreja de Nossa Senhora do Amparo, o vaticínio de Dom Jonas Batinga se realizava e o arquiteto e organizador da Diocese tinha a alma exultante de alegria.
Nesta data, em 1962, com a presença de vários Bispos, autoridades, membros do clero e sob a presidência de Dom Armando Lombardi foram lidas as Bulas Pontificiais e assinada a ata da instalação canônica da nova Diocese. Estavam presentes: Armando Lombardi, Adelmo Machado (bispo de Maceió), José Vicente Távora (bispo de Aracaju), Dom Otávio (que tomou nessa data), Manuel (bispo de Nazaré), José (Garanhuns), Dom João (Penedo), Dom Severino (pesqueira), Dom Acácio (Palmares), o vice-governador Teotônio Vilela, o parlamentar e cônego Medeiros Neto, Carlos Gomes de Barros (Juiz Federal), Aloísio Nonô, Padre Macedo, prefeito José Araújo e o presidente da Câmara Luiz Amorim, além de outras figuras importantes da Cidade, destacando-se o escritor Luiz Torres, autor de Mapa da Diocese.
Quinze anos depois, Dom Otávio escreveu: “Tudo haveria de ser começado da estaca zero. Uma Diocese recém-criada não poderia funcionar sem serviços administrativos”. Dom Otávio, dinâmico, culto, muito popular, instalou a Cúria, com denominação latina “Palmiriensis Indorum” e começou a trabalhar, infatigavelmente, com uma visão social do Evangelho, voltada para o trabalho e assistência social aos Diocesanos. Um grande Bispo. Organizou a Obra das Vocações Sacerdotais. Instalou novas paróquias, dentre elas, no dia 12 de fevereiro de 1964, a de São Cristóvão, em Palmeira, tendo corno primeiro pároco Padre José Araújo Silva. Conseguiu ordenar sete sacerdotes, destacando-se o Padre Jorge Tobias (hoje Bispo), Alberto Pereira, José Nascimento, Petrúcio Bezerra, José Augusto Silva, Delorizano Marques, Rosevaldo Cerqueira, Luiz Farias, Pedro Lopes. Instalou comunidades religiosas, trazendo as irmãs missionárias holandesas no dia 10 de agosto de 1965. Ordenou uma vida pastoral intensa: Cursilhos de cristandade, movimentos jovens cristãos, pastoral catequética, pastoral das vocações, pastoral das religiões, e fez um trabalho de evangelização muito eficiente.
Construiu o Seminário Menor, em 2 de março de 1969, reativado por Dom Fernando Iório, o terceiro bispo. As igrejas de São Vicente, São Sebastião, o Centro Social Diocesano. Sua obra maior de grande alcance social foram os centros de comunidade. Dom Otávio foi o pioneiro, beneficiando os bairros da Ribeira, Xucurús, Alto da Boa Vista, Cafurna, Vila Maria, Palmeira de Fora, Serra da Mandioca, criou o Clube das Mães, com apoio dos vicentinos. Trouxe o Colégio Sagrada Família, que começou a funcionar em 7 de março de 1966, com 34 alunas e apoio das Irmãs Missionárias do Amor Divino (Cristo Redentor) e as Irmãs Missionárias Franciscanas, holandesas. Numa época em que o governo não se sensibilizava para o problema de habitação, Dom Otávio construiu vilas e casas populares para as pessoas pobres da Diocese. E no aspecto cultural, ao lado de Luiz Torres e Tenente Alberto e outras figuras de relevo, doou a Igreja de São Pedro, para instalação do Museu Xucurús, no passado ponto de referência dos turistas que visitam a cidade.
O sonho do velho Macedo estava realizado: a nova catedral
A Catedral de Palmeira dos Índios, no bispado de Dom Otávio, teve sua última reforma, iniciada em 4 de março de 1968 e inaugurada em 31 de dezembro de 1976.
Oito anos de reconstrução. Dom Otávio fez o novo teto e o piso em mármore-granito e modificou, totalmente, o interior do vetusto templo. Os antigos altares foram retirados para as igrejas da Diocese. Modificou tudo. Tais mudanças geraram insatisfação às filhas de Maria e às Rosaristas que cuidavam dos altares. Mas Dom Otávio, preferiu a modernidade.
E fez a capela-mor, com seu sacrário de metal nobre, o grande crucifixo, a imagem de Nossa Senhora do Amparo permaneceu e o grande altar de mármore ficou circundado de estátuas dos apóstolos – obras de escultor João Lisboa, de Pão de Açúcar, lembrando a cena bíblica de Pentecostes.
Dom Otávio determinou a retirada do arco que separava a Capela-mor da nave central e seis altares laterais “para uma melhor visão e espaço aos fiéis”. Os Padres Odilon e Luiz Ferreira tiveram a missão mais difícil – arrecadar recursos para as reformas da Catedral, que tiveram a orientação técnica da Arquiteta Maria Alice dos Anjos.
Depois da saída de Dom Otávio, veio Dom Epaminondas, dedicado às pastorais e orações.
Epaminondas foi substituído por Dom Fernando Iório, bispo dinâmico e que desenvolveu um trabalho extraordinário na Diocese, atacando os problemas sociais do povo, assistindo os mais humildes, pregando o Evangelho, com obras de grande significado para todos, especialmente no campo da educação e cultura.
Bispo Dulcênio Fontes de Matos substituiu Iório ue marcou sua passagem nas comemorações do jubileu de ouro. À frente agora, com atuação discreta o Bispo Manoel Filho.
Fonte: Cada Minuto