Força-Tarefa de busca e resgate localiza corpo da 14ª vítima da queda de ponte entre MA e TO

Força-Tarefa de busca e resgate localiza corpo da 14ª vítima da queda de ponte entre MA e TO

A Força-Tarefa de busca e resgate às vítimas do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre Maranhão e Tocantins, localizou e resgatou o corpo de mais uma vítima, na manhã deste sábado (4).

Segundo a Marinha do Brasil, por volta das 10h25 deste sábado, as equipes de busca e resgate, cumprindo o planejamento diário da operação, localizaram o corpo nas proximidades dos destroços da ponte. A vítima ainda não foi identificada.

Assim, dentre os 17 desaparecidos iniciais, estão confirmados 14 óbitos (veja identificação das vítimas abaixo). O total de desaparecidos é de três pessoas. 

ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira desabou no dia 22 de dezembro, quando caíram quatro caminhões, duas caminhonetes, um carro e três motos.

O desabamento

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda será investigada, de acordo com o órgão.

Uma força-tarefa foi criada identificar os corpos das vítimas encontrados pelas equipes de buscas. Conforme a Secretaria de Segurança Pública, os trabalhos são realizados por um perito oficial médico, peritos criminais, agentes de necrotomia e papiloscopista.

Um consórcio foi contratado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para reconstruir a ponte da BR-226, entre Tocantins e Maranhão. A dispensa de licitação de quase R$ 172 milhões prevê que a obra seja finalizada até o dia 22 de dezembro de 2025.

A ponte foi completamente interditada, e os motoristas devem usar rotas alternativas.

Tanques com substâncias químicas

No dia do acidente, tanques de três caminhões que caíram no rio Tocantins transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas. No entanto, os tanques estão intactos e o risco de vazamento e contaminação do meio ambiental é mínimo.

Apesar do risco pequeno de vazamento, os tanques com ácido sulfúrico e pesticidas agrícolas que caíram no rio Tocantins poderão ficar submersos por 15 ou até 30 dias.

“É importante a gente manter o monitoramento e a cautela enquanto esse material estiver lá. Se ele [tanque] se romper ainda existe algum risco, que é pequeno, mas controlado. É preciso a gente atuar para eliminar totalmente o risco. (…) Se houver algum indício de vazamento, deve ser interrompido imediatamente o abastecimento de água”, afirmou Alan Vaz Lopes, superintendente Adjunto de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA).

Qualidade da água do rio Tocantins segue sem alterações

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) informou, nessa sexta-feira (3), que as análises de qualidade da água do rio Tocantins seguem sem indicar alterações, após desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre o Maranhão e Tocantins, no dia 22 de dezembro.

As análises, realizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), são referentes às amostras coletadas em 26 de dezembro de 2024.

Segundo a ANA, as amostras coletadas no dia 27 de dezembro estão em análise e as dos dias 28 e 29 de dezembro, retiradas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), ainda não chegaram aos laboratórios para análise e devem ser analisadas na próxima semana.

Novas amostras seguem sendo coletadas, diariamente, pelas equipes da ANA e da Secretaria de Estado do Meio ursos Naturais do Maranhão (Sema/MA) presentes na região do acidente. Os dados foram divulgados durante a 3ª Reunião da Sala de Crise sobre Acidente em Ponte do Rio Tocantins na BR-226, realizada nessa sexta.

Vazamento de ácido sulfúrico

A Sema-MA relatou, nessa sexta, que foi identificado o colapso de um dos tanques de ácido sulfúrico, indicando o completo vazamento da substância, porém, não foi detectada qualquer alteração na qualidade da água do rio Tocantins, devido à rápida reação do ácido sulfúrico em contato com a água e ao grande volume de água escoado no rio.

Ainda segundo a Sema-MA, já foram realizados novos mergulhos das empresas notificadas pelo IBAMA para avaliação da situação dos produtos químicos depositados no fundo do rio.

Sobre o segundo caminhão de ácido sulfúrico que caiu no curso d’água não houve informações. Já quanto à carga de pesticidas, foi reportada na 3ª Reunião a recuperação de quatro bombonas intactas e sem indicação de vazamento dessas substâncias químicas.

Em relação à qualidade da água, prestadores de serviço de abastecimento de Tocantins e do Pará informaram que não foram detectadas alterações nas condições do rio até o momento.

As autoridades continuam reforçando que, no pior e mais improvável cenário, de rompimento completo e simultâneo dos recipientes de produtos químicos, que ainda estão submersos no rio Tocantins, é possível que as concentrações de alguns poluentes atinjam valores acima do recomendado no manancial. Embora o risco seja baixo, está sendo discutida a importância da remoção de todas as bombonas de pesticidas que caíram no rio.

Situação de emergência

A Prefeitura de Estreito decretou situação de emergência no município. Um decreto, assinado pelo prefeito Léo Cunha (PL), cita a necessidade de apoio técnico e financeiro dos governos federal e estadual, já que o município estaria com falta de recursos para atender várias demandas urgentes decorrentes da queda da ponte.

Além da localização e resgate dos corpos dos desaparecidos, o prefeito cita prejuízos às atividades agrícolas e pesqueiras, além do risco de contaminação do rio Tocantins devido aos tanques de ácido sulfúrico e de pesticidas que caíram na água, com a queda da ponte.

Nessa terça (31), o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional reconheceu a situação de emergência na cidade de Estreito. Com essa medida, a cidade pode solicitar recursos federais para ações de Defesa Civil, dentre outras.

Fonte: G1