Advogado de jornalista suspeita de aplicar golpe dos “abadás” diz que ela foi “vítima de falha de terceiros”

Advogado de jornalista suspeita de aplicar golpe dos “abadás” diz que ela foi “vítima de falha de terceiros”

A defesa da jornalista alagoana Adelaide Nogueira, suspeita de estelionato na venda de abadás para o Carnaval de Recife, Olinda e Salvador, afirmou que ela “foi vítima de falha de terceiros”. O caso foi divulgado nesta sexta-feira (7) pela Polícia Civil, após dezenas de compradores registrarem boletins de ocorrência. Eles alegam que pagaram pelos ingressos dos eventos carnavalescos, mas não os receberam.

O escritório responsável pela defesa de Adelaide Nogueira, que intermediava a comercialização dos ingressos, informou que entrou em contato com a Polícia Civil e repassou às autoridades informações sobre a jornalista. 

Segundo a defesa, ainda nesta sexta-feira (7), Adelaide estava hospitalizada e não pôde se manifestar. “A cliente informou que foi vítima de falha de terceiros”, declarou o advogado.

De acordo com a defesa, a jornalista atuava como intermediária na venda dos ingressos, que eram comercializados por comissários das empresas organizadoras dos eventos em seus respectivos estados.

Em nota, a defesa de Adelaide destacou que:

Os valores pagos pelos clientes eram repassados por ela para os comissários responsáveis pela venda;

Os comissários não entregaram os ingressos no prazo adequado para que fossem repassados aos compradores.

A defesa afirmou ainda que está reunindo documentos para comprovar as transações e, posteriormente, viabilizar o ressarcimento dos valores que estavam sob a posse de Adelaide.

“Como medida de segurança e para evitar fraudes, as pessoas que não receberam os ingressos serão devidamente ressarcidas, com o acompanhamento da autoridade policial e da defesa da citada”, informou o escritório.

Entenda o caso

A Delegacia-Geral da Polícia Civil de Alagoas nomeou uma comissão de delegados para investigar as denúncias contra a jornalista e promotora de eventos Adelaide Nogueira, de 44 anos. Ela é acusada de aplicar golpes na venda de abadás para o Carnaval de Olinda, Recife e Salvador.

A investigação está sendo conduzida pelos delegados Igor Diego e João Marcello, da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO). Segundo eles, até o início da tarde desta sexta-feira (7), 26 pessoas registraram boletins de ocorrência denunciando que compraram os ingressos, mas não os receberam.

De acordo com as vítimas, Adelaide oferecia os abadás com descontos de até 30%. No entanto, na sexta-feira de Carnaval, muitos compradores descobriram que os ingressos não seriam entregues e procuraram a delegacia para denunciar o caso. Um grupo no WhatsApp foi criado para reunir os prejudicados, contando, até o momento, com 105 participantes que afirmam ter sido vítimas do golpe.

As denúncias indicam que os pagamentos foram feitos via Pix diretamente para a conta da suspeita, de seus familiares e de uma empresa, com valores variados. O prejuízo total ainda está sendo investigado pela polícia.

“Até agora, foram registrados 26 boletins de ocorrência em diferentes distritos policiais. A partir de agora, todos os boletins serão centralizados na DRACCO. As vítimas serão intimadas, todas as documentações serão anexadas e haverá o interrogatório da suspeita”, explicou o delegado Igor Diego.

Fonte: Gazeta Web