BC busca confiança de que política monetária está produzindo os efeitos necessários, diz Galípolo

BC busca confiança de que política monetária está produzindo os efeitos necessários, diz Galípolo

(Reuters) – O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira que a autarquia precisa reunir confiança de que a inflação está convergindo para a meta e que a política monetária está produzindo os efeitos desejados, ressaltando que não há uma variável única que vá dar essa segurança e é preciso reunir uma diversidade de dados.

Falando em evento do J.Safra, em São Paulo, Galípolo reiterou que o BC fez um esforço grande para avançar a política monetária para terreno contracionista e ainda está em um processo de mensurar em que patamar, e por quanto tempo, precisa deixar a taxa de juros para assegurar o atingimento da meta.

“A gente precisa poder medir e receber informações dos dados de maneira que a gente consiga reunir confiança de que a inflação está convergindo e que a política monetária está produzindo os efeitos desejados”, afirmou.

“A gente está bastante incomodado com a questão das expectativas (de inflação), que continuam bastante desancoradas, a gente quer entender por quanto tempo e em que patamar a gente precisa deixar a taxa de juros para atingir a meta.”

Ele enfatizou que a autoridade monetária precisa ter uma dose adicional de parcimônia diante de um ambiente com “tamanha volatilidade e incerteza”.

O BC decidiu em março seguir o ritmo de aperto nos juros ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 14,25% ao ano, e indicou um ajuste de menor magnitude na reunião de maio, deixando os passos seguintes em aberto.

No evento, Galípolo afirmou que o entendimento apresentado na reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom) permanece vigente, ressaltando que a comunicação do colegiado foi feliz ao apontar cenários que se confirmaram.

Ele disse que o BC acertou ao abordar três pontos: a preocupação com a inflação corrente acima da meta e com expectativas de mercado desancoradas; a defasagem da política monetária e o que foi feito pela autarquia no passado; e a ampliação da incerteza no cenário, que demanda flexibilidade e cautela.

“Essas três mensagens que estão ali presentes na comunicação oficial do Copom de 40 dias atrás permanecem vigentes”, afirmou.

(Reportagem de Bernardo Caram)

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