Começa hoje julgamento de acusados de matar Roberta Dias; relembre o caso

Começa hoje julgamento de acusados de matar Roberta Dias; relembre o caso

Roberta Costa Dias teria 31 anos se estivesse viva hoje. E possivelmente seria mãe. Mas todas estas possibilidades foram tiradas dela após se envolver e engravidar de um colega de escola. A morte da menina, então com 18 anos, aluna do Ifal, é cercada de fatos contraditórios e muita dor para a sua família.

Nesta quarta-feira, 23, tem início o julgamento da ‘sogra’ da vítima, Mary Jane Araújo Santos, e do jovem contratado por ela para cometer o crime, Karlo Bruno Pereira Tavares, conhecido como “Bruninho”. A previsão é que o júri só seja encerrado na próxima sexta, 25, no Fórum da Comarca de Penedo. O Ministério Público defende a tese de homicídio triplamente qualificado (motivos torpe, cruel e sem chance de defesa à vítima), ocultação de cadáver, corrupção de menores e aborto provocado por terceiro.

Segundo o MP, oito testemunhas de acusação deverão ser ouvidas neste primeiro dia. Na quarta, será a ver das testemunhas de defesa e, em seguida, haverá o interrogatório dos réus. No último dia está previsto dos debates entre MPAL e advogados dos réus.

Roberta Costa Dias, 18 anos, desapareceu no dia 11 de abril de 2012, quando saiu de casa com destino ao posto de saúde da cidade, onde faria exame pré-natal. A jovem estava grávida de um colega de escola, cuja família não aceitava o relacionamento. A família da menina chegou a oferecer recompensa de R$ 5 mil para quem fornecesse informações que levassem ao seu paradeiro, mas seu corpo jamais foi localizado.

Após o desaparecimento de Roberta Dias, seu pai e seu avô foram executados. A polícia nunca estabeleceu se os crimes estavam relacionados. Em setembro de 2013, os delegados Ana Luiza Nogueira, Cícero Lima e Nilson Alcântara concederam entrevista coletiva à imprensa afirmando que os assassinos de Roberta Costa Dias, grávida no primeiro trimestre, seriam três policiais civis, incluindo um parente daquela apontada como autora intelectual do crime, Mary Jane Araújo dos Santos, avó do bebê que Roberta levava no ventre. Mary Jane chegou a ser presa em novembro de 2013 acusada da autoria intelectual do crime e posteriormente foi solta mediante habeas corpus.

ÁUDIO COM CONFISSÃO

Em 2018, um áudio vazado provocou uma reviravolta no crime. Na conversa, um dos suspeitos confessa a um colega ter atraído a jovem e posteriormente matado ela por asfixia, com um fio. Uma das falas mais marcantes é quando o assassino diz que Roberta olhou para ele e disse ‘…tenha calma, eu tiro’, possivelmente se referindo ao bebê.

A transcrição traz, ainda, um trecho em que o suposto assassino afirma que o crime ocorreu em uma residência que estava sendo reformada na localidade conhecida como Santa Amélia. Na conversa, ele diz ainda que o corpo foi desovado próximo a Feliz Deserto, sem saber precisar exatamente onde devido às mudanças da maré.

CORPO ENCONTRADO

Em abril de 2021, restos humanos e roupas foram encontrados na Praia do Pontal do Peça, em Piaçabuçu. A mãe de Roberta Dias, Mônica Reis, se reuniu a familiares e contratou uma restroescavadeira para localizar os restos mortais da filha. Apenas em novembro do mesmo ano, por determinação judicial, a família pode enterrar a jovem.

ESPERANÇA DE DESFECHO

O início de julgamento traz, para a família da jovem, a esperança de um desfecho do duplo assassinato. “Nosso desejo é de que se faça Justiça. Foi uma covardia o que fizeram com milha filha e meu neto. Sofro há 13 anos e sei que essa dor nunca vai passar, mas ver os culpados pagando por isso vai amenizar a nossa dor”, finalizou.

Fonte: Alagoas 24 Horas

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