Tereza Nelma quer políticas públicas para apoiar população LGBT idosa

Tereza Nelma quer políticas públicas para apoiar população LGBT idosa



A deputada federal Tereza Nelma, membro da Comissão da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados, provocou uma audiência pública, ocorrida ontem (20), para debater as necessidades de políticas que garantam um envelhecimento com qualidade da população LBTQIA+.

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Participantes de audiência pública apontaram uma dupla invisibilidade do tema, que une o preconceito contra os mais velhos e contra os homossexuais. Apesar de enumerar avanços como a união civil para os casais gays e a criminalização da homofobia, os debatedores lembraram que os idosos LGBT são discriminados inclusive dentro da própria comunidade. O diretor de Políticas Públicas da Aliança Nacional LGBTI, Cláudio Nascimento, acrescenta que há preconceito em abordar a vida sexual dos mais velhos, independentemente da orientação sexual.
“Quando se vai falar do idoso ou da idosa em geral, já se negligencia, se rejeita ou se omite ou sequer se considera que o idoso tenha sexualidade, tenha possibilidade de ter afeto ou de ter desejo ainda”, disse.

Para Tereza Nelma é preciso acabar com o preconceito e ampliar essa discussão. “Esse é um tema ausente das pautas defendidas no âmbito federal, acarretando uma dupla invisibilidade e silenciamento destas pessoas na medida em que envelhecem”, afirmou a parlamentar. “Queremos políticas efetivas, apoio às ILPs e juntos, quebrar paradigmas para que as pessoas envelheçam felizes e com qualidade de vida, sem distinção”, disse a deputada.



O Coordenador do Ambulatório de Saúde da Pessoa Idosa do Hospital das Clínicas da USP, em São Paulo, o geriatra Milton Crenitte levou para a audiência dados sobre discriminação a idosos LGBT nos sistemas de saúde da Inglaterra e dos Estados Unidos.

Ele está analisando 7 mil questionários que coletou em uma pesquisa sobre envelhecimento e acesso a saúde feita em todos os estados do Brasil. As respostas já mostram, por exemplo, que, para velhos pretos e pardos, as dificuldades aumentam e que mulheres lésbicas têm menos oportunidades de fazer exames preventivos.
Segundo Milton Crenitte, o levantamento indica que ter mais de 50 anos e pertencer ao grupo LGBT são um fator de risco para diminuir a possibilidade de um bom atendimento, agravado pela falta de uma rede de apoio.

“A proporção de pessoas LGBT que, se ficassem de cama, não teriam ninguém para chamar em caso de necessidade é muito maior do que em relação às pessoas não LGBTs, inclusive a proporção de pessoas LGBT mais velhas que sentem-se sozinhas, que têm medo de morrer com dor e medo de morrer sozinhas”, observou.

Também foi salientada a discriminação nas Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPIs). O especialista em Gerontologia Diego Félix informou que, de 100 entidades consultadas em São Paulo, só uma identificou um gay entre os residentes e ele estava sofrendo violência por parte dos outros idosos.

Deputada Tereza Nelma, autora do pedido de debate

Representantes do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos convidaram os representantes da sociedade civil a apresentarem as demandas da população LGBT em um seminário sobre Política de Cuidados marcado para junho.

Integrante da Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa, o deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG) se dispôs a discutir a inclusão de temáticas como orientação sexual e identidade de gênero no Estatuto do Idoso.


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Fonte: Cada Minuto

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