Família de Kathlen Romeu será ouvida pela polícia nesta sexta-feira
Perícia mostra que jovem foi morta com tiro de fuzil no tórax e mãe afirma que autor do disparo é policial; PM nega. Ao todo, 21 armas de militares foram apreendidas.
A família da designer de interiores Kathlen Romeu, de 24 anos, deve prestar depoimento à Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (11). Os investigadores da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) querem ouvir os relatos dos pais, namorado e avó da grávida, que morreu ao ser atingida por uma bala perdida.
A avó da jovem, Sayonara Fátima, estava com a vítima, quando ela foi baleada. Dos 12 policiais militares envolvidos na ação, nove já prestaram depoimento à polícia. Um deles afirmou que sete disparos de fuzil foram feitos durante a ação no Complexo do Lins, que terminou com a menina morta.
A Polícia Civil investiga o caso e tenta descobrir de onde partiu o disparo, mas já sabe que uma bala de fuzil cortou o tórax de Kathlen. A Polícia Militar também abriu uma investigação sobre o caso.Em depoimento, o cabo Marcos Felipe da Silva Salviano disse que se deparou com quatro criminosos num local de venda de drogas. Todos estavam armados, sendo um deles de fuzil.
Segundo o PM, eles teriam fugido atirando quando viram os policiais. O cabo revidou e disse que fez cinco disparos de fuzil em direção aos bandidos. Durante todo o tempo em que esteve na comunidade, Salviano disse que não viu Kathlen.
O cabo Marcos Salviano falou também que seu companheiro de guarnição, o cabo Frias, atirou duas vezes de fuzil contra os criminosos. Ao todo, 21 armas de policiais foram apreendidas.
Família e polícia têm versões diferentes
De acordo com a mãe da jovem, que estava grávida, sua filha foi morta por um policial militar.
“Se a minha filha fosse morta por bandido eu não falaria nada com vocês porque eu sei que eu moro em um lugar que eu não poderia falar. Então ficaria na minha. Mas não foi. Foi a polícia que matou a minha filha. Foi a PM que tirou a minha vida, o meu sonho”, disse Jaqueline de Oliveira Lopes.
A polícia nega. De acordo com a versão dos militares, uma guarnição da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) com quatro PMs foi atacada por bandidos e revidou.
A jovem estava em um dos acessos à comunidade, de onde tinha se mudado há um mês por medo da violência, quando começaram os disparos. Ela ia visitar a avó materna, Sayonara Fátima.
De acordo com reportagem do “O Globo”, as munições foram recolhidas do local onde Kathlen foi morta e nenhum vestígio foi encontrado. As munições apresentadas na delegacia estavam intactas.
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Fonte: G1
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