Sua corrida foi cancelada? Motoristas por aplicativo explicam rotina após alta dos combustíveis
Mais uma semana começa e logo nas primeiras horas da segunda-feira a tarifa dinâmica nos aplicativos que fazem o transporte de passageiros começa a subir. Viagens canceladas e a demora para conseguir um motorista estão entre as principais reclamações dos usuários, principalmente naqueles horários de pico.
Mas o que poucos sabem é que os motoristas por aplicativos em Maceió, assim como em diversas regiões do país, estão sendo impactados com alta constante do preço do combustível nas bombas e as corridas passaram a não ficar tão vantajosas assim.
Há pouco tempo, Mirella Santos trabalhava apenas com as corridas pelo aplicativo e conseguia uma renda boa para manter suas despesas, mas precisou voltar para o mercado formal de emprego para equilibrar as contas em casa.
Hoje em dia, ela roda apenas nos dias de folga. “Tive que procurar outras alternativas para garantir uma renda. Quase toda semana tem aumento de combustível e ficou insustentável. Hoje faço as corridas por aplicativo apenas como um complemento da minha renda”, contou Mirella.
No início Mirella começou a cancelar algumas viagens que não compensava, mas sua nota de avaliação pelo aplicativo baixou. “Inclusive nesse tempo, comecei a rodar os três horários para conseguir bater a meta”, acrescentou ela.
Recentemente, os aplicativos realizaram um reajuste para tentar compensar os motoristas devido à alta dos combustíveis, porém esse aumento ainda não compensa em algumas corridas solicitadas.
Ailton trabalha como agente do Programa Ronda no Bairro e também faz corridas por aplicativos há quase quatro anos. Ele destaca que nos últimos meses tem sido difícil manter a quantidade de corridas feitas, principalmente pela oscilação do valor do litro de gasolina nos postos de combustíveis.
“O preço do combustível, além de estar muito alto, ele tem oscilado muito. De manhã abastecemos um valor, a tarde quando voltamos já estar outro preço e assim fica muito difícil para a gente que roda. O faturamento que fazíamos antes caiu muito”, comentou Ailton.
Tahian Herculano compartilha sua rotina como motorista por aplicativo nas redes sociais e desde 2019 ela faz corridas em Maceió também como um complemento de renda, mas lembra que alguns colegas chegaram abandonar a profissão pela queda no faturamento.
“Antigamente a gente precisava trabalhar de seis a oito horas por dia, mas agora trabalhamos as 12 horas para poder pagar o combustível. Se eu trabalhar entre seis e oito horas, não estarei ganhando nada, apenas pagando a manutenção do veículo, mas não estou tendo nenhum lucro”, contou Tahian.
Além disso, algumas corridas acabam não sendo vantajosas pela distancia onde o passageiro se encontra para fazer o deslocamento até ele. “As vezes chega corrida onde o passageiro está em uma distancia de 3km e não recebo do aplicativo para fazer esse deslocamento até o passageiro, então eu acabo não aceitando algumas corridas por não compensar o valor da gasolina que já está muito caro”, detalhou ela.
Ela disse que encontrou nas redes sociais um canal para que as pessoas possam entender como é a rotina do motorista por aplicativo, assim como esses dinâmica de funcionamento entre a ponte de motorista e passageiros. “Eu ainda não desistir do aplicativo porque eu gosto muito do eu faço”.
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Fonte: Cada Minuto
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