Iuri Pitta: O simbolismo político do 7 de Setembro
Jornalistas costumam brincar que, quando o cachorro morde o homem, não há notícia. A manchete é quando o homem morde o cachorro.
Pois a manchete deste 7 de Setembro foi justamente a normalidade vista no desfile cívico-militar em Brasília.
Não houve ataque institucional nem ode à virilidade de ninguém. Ao contrário, houve momento até de bocejo do presidente Lula (PT) e vivas à presença do Zé Gotinha.
Apoiadores do petista correram às redes sociais para celebrar a volta ao normal e até um certo tédio de tudo ter transcorrido como previsto.
Do outro lado, bolsonaristas de fato aderiram ao “fique em casa” e perguntaram onde estava o povo.
À exceção dos que vivem dessa disputa de torcidas e engajamento nas redes sociais, o que se viu entre as autoridades, civis e militares, foi um certo alívio, um ar mais respirável no céu de Brasília.
Mas um desfile é apenas um momento simbólico, uma imagem do país que se quer ser. Na política nacional, não se pode descartar a disposição de gente que quer ser notícia correndo atrás de cachorro.
Fonte: cnnbrasil.com.br