Enchente em Acari invadiu casas de 20 mil pessoas, segundo associação de moradores
Cerca de 20 mil moradores de Acari, na Zona Norte do Rio de Janeiro, perderam móveis, eletrodomésticos e documentos durante a enchente provocada pelas chuvas do final de semana, segundo a associação de moradores do bairro. Em todo o estado, 13 pessoas morreram por conta das chuvas.
As enchentes não são novidades para quem mora na região cercada pelo Rio Acari. O bairro sofre com grandes alagamentos há anos. A falta de dragagem do rio é alvo de críticas de moradores e especialistas.
“A água veio, eu tentei salvar junto com o meu filho de 20 anos. A gente tentou porque eu não tenho muitos móveis. Eu moro em uma Quitinete, pago aluguel. (…) Já é a terceira vez”, contou a dona de Michele Mende
Quem mora em Acari já perdeu as contas de quantas vezes viu o rio transbordar e invadir casas. Eles também já não sabem dizer quantas promessas foram feitas para resolver o problema.
“Eles prometeram fazer a obra do rio, vieram e não concluíram. Vejam aqui, venham ver. Não adianta prometer e não fazer. Até chegar a próxima chuva e perder tudo de novo”, reclamou Milene Andressa, coordenadora da Associação de Moradores de Acari.
Rio Acari assoreado
A bacia do Rio Acari tem 21 quilômetros, nasce na Serra de Gericinó, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Antes de chegar na capital do estado, o rio também corta o município de São João de Meriti, na mesma Baixada Fluminense.
Contudo, as grandes obras prometidas pelos governates nunca chegaram para amenizar os problemas dos moradores de Acari. As intervenções no rio só foram feitas até Fazenda Botafogo, outro bairro da Zona Norte, onde o rio é mais largo
Já em Acari, o mesmo rio parece outro, bem mais estreito e com construções na margem, além de muita sujeira. Entre os objetos jogados no leito do rio, a equipe da TV Globo encontrou até um capô de um carro submerso.
O projeto da Prefeitura do Rio para o Rio Acari previa construir bolsões para escoar a água e evitar que o rio transborde. Porém, a ideia nunca saiu do papel. A Fundação Rio-Águas fez apenas um serviço de limpeza e desassoreamento no local.
Fonte: g1.globo.com