Shopee do Brás’: loja no centro de SP com produtos vindos da China vira hit no TikTok, tem fila de uma hora e distribuição de senhas

Shopee do Brás’: loja no centro de SP com produtos vindos da China vira hit no TikTok, tem fila de uma hora e distribuição de senhas

Um secador de cabelo que promete “íons negativos” e cujo design imita um dos modelos mais caros do mundo por R$ 218 (para comparação, alguns produtos da marca referência, a Dyson, podem passar de 500 dólares). Esse é um dos produtos vendidos em uma loja do Brás, no centro de SP, que viralizou no TikTok prometendo ser “mais barata que a Shopee”, em referência à plataforma de comércio eletrônico que importa produtos vindos sobretudo da Ásia.

Para o modelo “genérico” de secador ser seu, entretanto, é preciso encarar uma fila a céu aberto de mais de uma hora, pegar senha para entrar e dar sorte de o produto estar na prateleira na sua vez.

O que vende lá?

É possível encontrar na loja itens simples como esponjas de rosto e copos térmicos, mas os produtos mais procurados são eletrônicos, como o fone de ouvido bluetooth que custa R$ 35, o vaporizador para passar roupas que sai por R$ 70, e o miniventilador a R$ 50.

Há, também, quinquilharias inventivas e não tão comuns, caso da lâmpada que tem pás de ventilador e serve como aromatizador de ambientes. Na loja, o produto foi encontrado por R$ 50. Na Shopee, o mesmo produto pode ser encontrado por fornecedores que o vendem por valores que vão de R$ 45,50 a R$ 176,99 (mas sujeito a taxação e frete).

Há, também, uma quantidade incontável de garrafinhas de água coloridas — a maior delas sai por menos de R$ 20 — e itens de casa fofos (e bobos), como um jogo de colheres de silicone e um peso de porta em formato de cacto.

Com o sucesso da loja e a avidez do público, os produtos desaparecem das prateleiras rapidamente, mas funcionários tentam repor quase que instantaneamente. Os preços, entretanto, mudam, para cima ou para baixo, a depender da oferta (geralmente vinda da China) e da demanda.

Fila e distribuição de senhas

Desde que a loja viralizou, os vendedores precisaram limitar a entrada. Então, é preciso aguardar na fila formada do outro lado da rua, em uma viela mais tranquila, a pedido dos comerciantes vizinhos. A cada leva de clientes que sai, outra entra.

Quando a reportagem visitou o local, por volta de 9h, a fila tomava a calçada do quarteirão e os primeiros tinham um cartão com uma senha.

Um vendedor de milho ambulante disse ao g1 que o movimento na calçada começa antes de a loja abrir, às 7h. E que no fim da tarde, por volta das 16h, quando o comércio na região baixa as portas, ela é a única que segue aberta (e ainda com fila).

Aos sábados, a fila pode chegar a contornar o quarteirão, segundo o ambulante. A fama da loja é tanta que é comum ver pessoas até tirando selfies na fachada. Todos os clientes ouvidos pela reportagem disseram estar lá atraídos pelos preços e porque viram vídeos sobre o local nas redes sociais.

Divulgação viral

Inaugurada em dezembro do ano passado, às véspera do Natal, a loja tem dois andares. Em menos de um mês, estourou nas redes sociais graças ao perfil Chefe do Benefício, em que uma pessoa, com ares de dono e de influenciador, mostra os produtos “direto do importador”, como ele diz, vendidos na loja.

A reportagem encontrou com “o chefe” no dia da visita, mas ele não quis gravar entrevista. Disse apenas que a ideia era ser um “grande showroom”. Ele ajudava a organizar o espaço da fila quando foi reconhecido por alguns clientes, que se aproximavam para cumprimentá-lo e se dizerem fãs.

“Adoro seu trabalho e seus vídeos”, disse um consumidor ao apertar a mão do “chefe”, como ele é chamado na loja e nas redes sociais.

São 1,1 milhão de seguidores no TikTok e 2 milhões no Instagram. Em todas as redes, o estilo é o mesmo: vídeos caseiros, sem nenhuma produção, mostrando novidades da loja. Nas publicações mais recentes, outra pessoa tem aparecido fazendo brincadeiras e mostrando os produtos, ora sozinha, ora em esquetes com “o chefe”: um chinês que usa um boné com o mapa da China e o escrito “fala brasileiro”, mesmo @ usado nos perfis.

Nas redes sociais, o “chefe” interage alguns seguidores nos comentários e demonstra preocupação com as pessoas que aguardam na fila do lado de fora.

“A gente liberou no primeiro andar. A gente está tentando deixar as pessoas entrar e não deixar na rua, porque (sic) meu preocupação é sol e chuva”, disse ele em português praticamente perfeito, algumas vezes trocando o r pelo l. Também promete melhorias na loja. “Eu vou colocar mais ventilador, mais exaustor para puxar ar, tá? Me dá um pouco de paciência, eu faço tudo pra melhorar o quanto antes”.

Fonte: g1.globo.com

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